Friday, September 07, 2007

 

Pobrezita...Grande Zita!


Acabei agora de ler o denso e volumoso "Foi assim", onde Zita Seabra relata o seu percurso de "revolucionária profissional", no seio do PCP, desde a sua passagem à clandestinidade ( no idealismo dos seus 17 anos) até à descoberta, já adulta, do logro em que viveu.
Também andei lá por perto, mas a primeira ida à Checoslováquia, em 1976, e a leitura, entre outros, da "Nomenklatura", de Mikhail Voslensky, tiraram-me, definitivamente, as ilusões!
Zita descreve ao pormenor a sua vivência de militante, o seu dia a dia clandestino, numa solidão incrível para uma adolescente, separada de tudo e de todos, amparada apenas nos seus ideais e na história do martirológio dos seus companheiros de luta
Vêem-se os fios que o PCP foi tecendo em todas as camadas da sociedade, ao longo dos anos e, muito especialmente, após o 25 de Abril, nomeadamente na estrutura do MFA.
O livro é revelador: os ideários podem ser maravilhosos; o problema é que, neste caso, os meios para se alcançar a plataforma do socialismo (repressão, eliminação das liberdades individuais, o primado do centralismo democrático) transformam-se, inevitávelmente em fins. E é nesta altura que nos vem à mente a frase batida de Churchill:

"Ninguém pretende que a democracia seja perfeita ou sem defeito. Tem-se dito que a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que têm sido experimentadas de tempos em tempos".




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