Monday, September 25, 2006

 

E assim se foi o "Sêbas"!
Em Outubro de há 3 anos, à noite, um gatinho negro/pigarço, apareceu a miar debaixo do carro estacionado à porta. Pensei ser o Gaspar (o nosso 3º gato) e, com a ajuda de uma lanterna, lá fui apanhá-lo. Depositei-o no jardim da casa fronteira, donde certamente seria originário, já que a gata preta ali residente, anda, normalmente no seu "estado interessante" e a espalhar descendência por tudo quanto é sítio.
Na manhã do dia seguinte a Ana e eu fomos encontrá-lo, à chuva, a miar no nosso recinto, debaixo da vedação de "viburnum timus". Ficámos encantados com a carinha dele e foi, de imediato, promovido a nosso 4º gato!
Levámo-lo ao Veterinário, para a desparasitação, tendo-no sido dito que ele não deveria ter ainda um mês. Fixámos, então, como dia de nascimento, o 25 de Setembro (para coincidir com o aniversário da Thessa).
Dada a sua voracidade, chamámos-lhe Sebastião ou, de modo sincopado, "Sêbas".
Durante praticamente toda a sua vida não deixou de "mamar", nos sítios onde se deitava, os tecidos que lhe serviam de cama, talvez devido a ter sido rejeitado pela sua progenitora.
Era, de todos, o gato mais dócil, a quem tudo se podia fazer, sem o risco de uma resposta agressiva.
Faria hoje três anos o nosso "Sêbas"! Faria se, no passado dia 15, não tivesse sido morto de maneira algo estranha. O corpo, intacto, ainda quente, sem a menor beliscadura ou vestígios de sangue, estava deitado, como a dormir, à beira do passeio, próximo da estrada principal e a uns cinquenta metros da nossa casa.
Apanhámo-lo e fizemos-lhe uma sepultura, no jardim onde ficou enterrado, debaixo de uma pedra lapidar.
Não resistimos às lágrimas provocadas pela perda do nosso Sebastião e, principalmente, pela certeza de que a vida é tão efémera.

 


As voltas que a vida dá
A primeira senha para o início das operações a desencadear pelo Movimento das Forças Armadas foi dada por João Paulo Diniz aos microfones dos Emissores Associados de Lisboa:
"Faltam cinco minutos para as vinte e três horas. Convosco Paulo de Carvalho, com o Eurofestival 74 : E depois do Adeus".
Agora repare-se no anúncio publicado no nº 1 d´O SOL (16SET06-Suplemento Confidencial, pag. 45).
Não conheço as razões do anúncio, mas causou-me uma certa impressão, já que conheci de perto este jornalista, inicialmente na Guiné, há mais de 35 anos, no Pifas (o programa radiofónico das Forças Armadas, onde, tanto quanto recordo, ele prestava o seu serviço militar, como furriel e locutor, sob as ordens do então Major Ramalho Eanes). Vim a reencontrá-lo, uns anos mais tarde, como jornalista da RDP e a memória que dele tenho é a de um homem muito simpático e competente.

Wednesday, September 13, 2006

 

O Homem do Coração

O Professor Fernando de Pádua, conhecido apóstolo da vida saudável, é também uma pessoa de fino humor, como se atesta pelo diálogo que travou com um seu condiscípulo e meu amigo, Dr. Mendes Paulo (MP), que me autorizou a transcrevê-lo:
MP - Estás convidado para a festa dos meus 115 anos, em 2038!
FP - Se calhar a um sábado, não falto!

 

"E Viva o Velho!"

Ontem, na reunião quinzenal do "Lions Clube de Lisboa", o meu companheiro João Vicente Saldanha de Oliveira e Sousa, simplicíssimo 4º Marquês de Rio Maior e 3º Conde da Azinhaga, explicou-me a origem desta expressão que, na linguagem corrente, tem o significado de "ainda bem que é assim!" ou "dêmos graças a Deus por ser assim!".
Encontramos a expressão, por exemplo, em Miguel Torga ("O Pastor Gabriel", in Novos Contos da Montanha, 3ª edição - Coimbra, pag. 37-41):
"...Era a hora do jantar e lá em cima os patrões comiam e bebiam à tripa-forra. Ele, coitado, teria uma malga de caldo no fim do banquete, e viva o velho!..." .
Pois então donde vem a expressão?
Dos admiradores do heróico Marquês Duque de Saldanha (1790-1876), antepassado daquele meu companheiro, cuja vida daria um notável filme de aventuras (ver biografia em http://www.arqnet.pt/dicionario/saldanha1d.html ) .
Foi um homem espantoso que, mesmo já depois dos oitenta anos, ainda se metia nas mais extraordinárias empresas das quais normalmente se saía de forma airosa. E daí o povo exclamar : E viva o velho!


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