Sunday, July 22, 2007

 

Jovens emigrantes portugueses


Uma verdadeira "colónia" de jovens quadros portugueses trabalha em Amsterdão- nomeadamente economistas e engenheiros informáticos.


Conhecem-se uns aos outros, formam grupos "jantaristas", que se reúnem ora em casa de um ora em casa de outro, ou nos múltiplos restaurantes da cidade, enfiando-se, findo o repasto, e em sucessão, numa ronda pelos diversos "pubs", para "beberem um copo"(especialmente aos fins de semana).


Estão constantemente em comunicação, via telemóvel, ajudam-se mútuamente, vão juntos a concertos, compram casa e, quase todos, manifestam-se bastante interessados em continuar na Holanda (Amsterdão) por ganharem bem mais do que em Portugal e por a cidade lhes oferecer inúmeros motivos de encanto. Ali...vive-se!



 
Grande Homem!
Acabei de ler as quase cem páginas do "Album de Memórias-6ª Década (Anos 70-2ª Parte) -Os tempos da Revolução", de José Hermano Saraiva.
Como actor activamente participante desse período conturbado, não posso deixar de admirar este Homem, tão autêntico, tão generoso, tão "sem rancor", tão cordial!
Grande José Hermano Saraiva!

Friday, July 20, 2007

 

Aquela fabulosa adolescente



Visitei, pela primeira vez, a casa de Anne Frank há mais de 30 anos. Tinha lido o "Diário" em tenra mocidade e, logo na altura, fiquei impressionado pela força daquela rapariguinha.


Na segunda visita, uns anos depois, vi uma senhora, de alguma idade, encostada a uma das paredes, a chorar, em silêncio. Comentei: É impressionante como isto pôde acontecer!

Ao que ela sussurrou: Desta, ao menos, soube-se o destino. Mas houve muitos de quem nunca tivemos notícias...

Desta vez, antes de fazer uma nova incursão ao nº 263 da Prinsengracht, resolvi reler o Diário, agora na sua versão definitiva.

A leitura, pungente, só acabou em Lisboa, pelo que a revisita ficará para nova ocasião.

Se a Morte é sempre uma coisa incompreensível, nas circunstâncias de Anne foi uma verdadeira aberração. Ficamos com a certeza de que esta vida mereceria ter sido vivida na sua plenitude.

Escrevia ela, em 3 de Maio de 1944 (pag. 368 e 369, da versão definitiva, Ed. Livros do Brasil, Lx 2006):


"Sou ainda nova e tenho muitas qualidades escondidas; sou jovem e estou a viver no meio dos acontecimentos e não posso passar o dia inteiro a queixar-me por não me divertir! Sou abençoada com muitas coisas: felicidade, bom humor e força. Todos os dias me sinto a amadurecer, sinto a libertação a aproximar-se, sinto a beleza da natureza e a bondade das pessoas que me rodeiam. Todos os dias penso em como é fascinante e divertida esta aventura! Com tudo isto por que hei-de desesperar?".

Morreria, de tifo, em Bergen-Belsen, um campo de concentração perto de Hannover (Alemanha) nos princípios de Março de 1945, um mês antes de o campo ser libertado pelas tropas britânicas...




Sunday, July 15, 2007

 

Ladrões de bicicletas

Amsterdão é seguramente a capital das bicicletas!("fiets", para os locais, ou "binas", no linguajar da Thessa).

À volta de 600.000 (é mesmo: seiscentas mil!) circulam numa rede de percursos próprios com cerca de 400 quilómetros.

Para um recém-chegado é um espectáculo impressionante assistir ao vai-vem de centenas e centenas de ciclistas que utilizam este meio de transporte para as suas deslocações, profissionais ou de lazer.

Impressionante é também o numero de mais de 100.000 "binas" roubadas anualmente (cerca de 280 por dia!), apesar de cada uma estar normalmente bloqueada com uma forte corrente, fechada a cadeado.

Há "gangs" organizados que praticam um comércio paralelo, já que uma bicicleta roubada é vendida na rua entre 25 e 30 euros , conforme o seu estado, enquanto uma nova, nas lojas ou mercados, custa um mínimo de 160 euros (podendo ser roubada no dia seguinte...).

Em matéria de ciclismo, desta feita não tirei grande proveito, dado que me não adaptei muito bem aos travões no pedal.

Já a Ana não deixou de ser uma valente andarilha, não falando da Thessa que, em matéria de "binas" é uma verdadeira "pro".

Obrigado, Thessa, por teres sido a minha "taxi-driver" nestas deambulações pelas ruas da cidade!

 

Uma cidade segura

É uma agradável surpresa para quem vem de Portugal (e especialmente de Lisboa) ver o quanto é segura a cidade de Amsterdão (não obstante os ladrões de bicicletas...).

Muito raramente se vêem drogados, praticamente não topamos com mendigos.

É uma cidade multirracial, onde os diversos grupos étnicos convivem sem problemas.

À noite, as pessoas podem andar por qualquer lugar, à vontade. É comum verem-se senhoras sozinhas, de bicicleta ou a pé, às tantas da madrugada, a transitarem nas ruas as mais isoladas.

As casas de habitação, mesmo ao nível do solo, não têm qualquer resguardo nas janelas, para além do vidro e das cortinas. À noite, iluminadas, deixam entrever o seu interior, sem qualquer problema.

Quando acabará em Portugal o flagelo da insegurança, os enxame de "arrumadores", a degradação da mendicidade?

Que inveja de Amsterdão!...


Sunday, July 01, 2007

 

O Prazer de Viajar


Já Garrett, nas "Viagens na minha terra", se entusiamava com este tema, ao falar nas suas "viagens até à janela, para ver uma nesguita do Tejo, que está no fim da rua". E, depois, entusiasmado, promete ir muito mais longe e escrever sobre o que "vir e ouvir", àcerca do "quanto pensar e sentir" nessa aventura que se propôe fazer: nada menos do que uma "longínqua" viagem até...Santarém!
Os tempos mudaram, longe vão os vapores, as carroças e as diligências. Hoje vamos de avião, em poucas horas, de um extremo ao outro do planeta. Mas o essencial do prazer de viajar está sintetizado por Garrett! Pois o que queremos nós, ao saír "do fim da nossa rua" senão ouvir outros povos, conhecer e pensar sobre outros costumes e culturas, maravilharmo-nos com tudo o que a Terra nos pode oferecer?

 

Novamente o "Príncipe da Renascença"

Em véspera de partida para uma quinzena de férias, abasteci-me de abundante literatura (jornalística e da propriamente dita).

De tudo apenas li o Album de Memórias (5ª Década - 1ª Parte), de José Hermano Saraiva, inserto no "Sol", de ontem. Devorei de uma assentada aquelas dezenas de páginas!

Este príncipe da Renascença já o era há muitas décadas! Homem de cultura multímoda, carácter de tribuno romano, como ele não há muitos em Portugal.

Logo que volte irei tentar encontrar os Albuns das restantes décadas.

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